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Por Manuel Matos*

Assim como o Open Finance, o Open Insurance no Brasil passa por um período de amadurecimento e aprendizados desde o início de sua implantação em 2021. Foram dados passos significativos, como o credenciamento de participantes, definição de padrões técnicos e a primeira fase de compartilhamento de dados de produtos de auto e residência.

No entanto, o maior desafio que se coloca agora é garantir que os benefícios do Open Insurance sejam efetivamente percebidos e valorizados pelos consumidores finais. Isso requer iniciativas abrangentes de educação, comunicação clara dos diferenciais desta nova realidade e, acima de tudo, propostas de valor tangíveis providas por meio desta rica base de dados compartilhados.

Nesse sentido, 2024 marcará a entrada em cena de um elemento chave: as SPOCs, ou Sociedades Processadoras de Ordens do Cliente. Estas organizações são peças centrais que viabilizarão os casos de uso e soluções para os clientes finais, gerenciando os consentimentos, agregando serviços e fomentando a inovação.

Com o início da operação das primeiras SPOCs credenciadas em 2024, finalmente o Open Insurance “decolará” do ponto de vista prático ao prover APIs robustas, segurança, boas práticas de governança e, acima de tudo, aplicativos e experiências customizadas que evidenciarão na ponta os benefícios para os clientes.

Assim, da mesma forma que 2022/2023 foram cruciais para o Open Finance ganhar corpo no Brasil, 2024 representará este marco decisivo para o Open Insurance, com as SPOCs trazendo tangibilidade, escala e inovação sustentada por esta rica base de dados compartilhados consensualmente.

*Manuel Matos é coordenador do Comitê Open Insurance da Camara-e.net, entidade que presidiu durante cinco anos. Também é fundador da Via Internet Insurance Consulting, criada em 1995, e uma das empresas pioneiras da Internet no País.