Dados revelam que setor de tecnologia representa uma das maiores contribuições fiscais do país
O setor de serviços digitais está no centro da competitividade e do crescimento do Brasil. As plataformas e empresas que viabilizam o comércio eletrônico, a publicidade digital, os serviços em nuvem, os meios de pagamento e as tecnologias de dados são responsáveis por ampliar o acesso à tecnologia, gerar empregos qualificados e impulsionar a inovação em todos os segmentos produtivos do país.
Essa relevância vem acompanhada de uma contribuição fiscal indiscutível. Um estudo técnico independente conduzido pela LCA Consultores em julho/2025, com base em dados oficiais da Receita Federal, demonstra que as empresas digitais pagam mais tributos federais sobre a própria receita do que a média dos demais setores da economia brasileira.
Segundo o levantamento:
- Empresas digitais recolhem, em média, 16,4% da receita bruta em tributos federais — mais que o dobro dos demais setores (6,1%).
- Entre as maiores companhias do setor, tributadas no regime de lucro real, a carga chega a 18,3% da receita bruta.
- Mesmo no lucro presumido, o percentual é elevado: 12,8%.
Esses números mostram de forma inequívoca que o setor digital não é subtributado. Pelo contrário, contribui de maneira expressiva para o país.
É fundamental ressaltar que as empresas de tecnologia estabelecidas no país estão sujeitas a toda a estrutura tributária aplicável aos serviços: PIS/Cofins, ISS ou ICMS.
Em operações internacionais, incidem também CIDE-Remessas, IRRF e IOF-Câmbio. Com a reforma da tributação do consumo em implementação, essas empresas migrarão para a alíquota padrão do CBS/IBS, estimada em patamares próximos a 28%.
A dinâmica de remessas ao exterior integra o funcionamento de modelos de negócios globais, que exigem acesso contínuo a propriedade intelectual, tecnologia e infraestrutura desenvolvidas em escala mundial. Esse movimento não reduz a arrecadação nacional, pois os valores remetidos já foram tributados localmente e viabilizam o acesso à inovação que em muito contribui para a competitividade da economia brasileira.
O Brasil atravessa um momento decisivo, no qual a economia digital se torna cada vez mais transversal à indústria, ao varejo, ao agronegócio, aos serviços financeiros e às políticas públicas. Por isso, a formulação de políticas tributárias deve ser orientada por evidências, garantindo previsibilidade, isonomia e alinhamento com as melhores práticas internacionais.
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